e amantes inseparáveis durante quatro décadas. Moramos juntos numa
pensão no Estácio quando ainda éramos jovens recém formados. Juliano
transformou-
fortuna. Deixou toda sua fortuna em bens para mim e junto com a
papelada deixou essa história com um bilhete que dizia assim.
Rio de Janeiro, 22.09.1999.
Meu querido amigo Juliano,
Se você está lendo isso, é porque certamente já morri. Escrevi para
te explicar de que forma me chegou aquela peça de jade. Nunca tive
coragem para contar isso. Morto não mente, o que relato abaixo é a
pura verdade.
Alex.
Estava, desatentamente, andando para a pensão onde morava no Bairro
do Estácio, muito próximo ao centro do Rio, quando, tomando um
caminho diferente, minha atenção foi dirigida para uma janela
iluminada na esquina da Av. Men de Sá com Rua do Senado. Olhei o
letreiro acima da porta de entrada que
dizia "ANTIGUIDADES"
recém casado, me aproximei da porta, segurei a maçaneta abrindo-a e
ouvindo o tilintar daqueles sininhos que ficam pendurados, por
dentro. Entrei num espaço onde podia vislumbrar todo o tipo de
quinquilharias, curiosidades típicas desses lugares, porcelanas;
móveis de todos os tamanhos, cores e estilos; lustres e um belíssimo
sofá de cinco lugares ao centro. Apesar do amontoado de tantos itens
diferentes entre si, não percebi poeira ou a desordem sempre
associada a esses locais. Tudo estava muito bem arrumado e limpo, a
atmosfera agradável comparada ao tempo frio e a garoa que caia do
lado de fora.
Na minha chegada, uma mulher jovem e uma moça – pela aparência,
obviamente irmãs, levantaram-se imediatamente de suas cadeiras atrás
de uma cômoda que servia de balcão, para atender-me. Curiosamente,
não combinavam no estilo e aparência, com o que normalmente
costumamos encontrar em antiquários. Ambas, muito bem vestidas, com
uma estampa que realçava a brancura da pele, os cabelos claros
presos numa tiara brilhante. Desejei as irmãs um bom dia e o sorriso
delas me causou uma ótima impressão. Foram muito simpáticas
mostrando-me os objetos.
Eu encontrei um prato decorativo de porcelana, o preço era
apropriado e parecia muito interessante como presente a meu amigo.
Explicando que estava com pouco dinheiro em espécie, perguntei a
irmã mais velha se poderia pagar em cheque. "Certamente" respondeu
ela providenciando a caneta. "Poderia fazê-lo nominal a LOJA DA
ESQUINA?". "Boa noite Senhor, sempre um prazer vê-lo aqui a qualquer
tempo".Disse a irmã mais velha numa voz macia e agradável. Tive a
impressão de ter feito amigas.
Uma semana depois, indo para casa, outra vez, involuntariamente,
estava eu lá, no mesmo local, num dia chuvoso e frio. Na mesma
esquina. Fazia frio mesmo. Um clima pouco comum para essa época do
ano no Rio. Já estávamos em 1958 e o clima já havia mudado muito
desde meus tempos de infância. Sim, lá estava, a lojinha da esquina.
Aproximei-me
Fiquei um pouco desapontado, um desapontamento até que
desproporcional ao evento quando vi que a lojinha estava escura lá
dentro e fora uma tabuleta que dizia "FECHADO". Um vento frio e
forte bateu em minhas costas transformando meu sobretudo numa capa.
Abotoei-o e segurei na maçaneta da porta, como uma criança teimosa –
já que certamente a porta estava fechada – forcei a maçaneta e a
porta abriu-se, não pela minha pressão, já estava aberta por dentro,
apenas encostada. Deparei-me com um senhor, à minha frente, tipo
alemão, aparentando uns 50 anos, alto, um pouco grisalho, bem
escanhoado. "Por favor, entre meu rapaz" disse de maneira gentil e
firme. Era impossível descrever como o local estava diferente.
Suponho que as lâmpadas queimaram-se, uma penumbra apenas iluminada
por algumas velas em castiçais aqui e ali. Os móveis e demais
objetos em desordem e empoeirados. Percebi até algumas teias de
aranha. As chamas trêmulas das velas produziam sombras
fantasmagóricas no lusco-fusco. Os penduricalhos do teto balançavam
fazendo movimentos lentos combinando com a luz fraca das velas nos
castiçais.
"Alguma coisa que eu possa fazer pelo senhor?" Perguntou,
aproximando-
Sua aparência causou-me uma impressão indescritível. O homem parecia
ter surgido de algum lugar num passado distante. Seu rosto era
radiante e de uma beleza distinta, significante, fez-me encará-lo
por alguns segundos e sentir um calor por todo o corpo. Que criatura
fantástica para ser um empregado daquelas duas moças!
"Alguma coisa que eu possa mostrar ao Senhor?" Repetiu o homem. Sua
voz, agora, mais encorpada e de certa forma quase implorando minha
atenção. Seus olhos fixados nos meus de tal forma que me sentia
devorado. O poder daquele olhar me deixava vulnerável, como se
estivesse sendo hipnotizado.
"Muito obrigado, vou dar uma olhada e ver se encontro algo" Após
alguns instantes disse eu, só para quebrar o silêncio: "Muito frio
hoje, não é?".
"Frio? Sim, frio..." respondeu.
"Muito tempo trabalhando aqui?" Perguntei.
"Muito, muito tempo".
"Quanto tempo?" Insisti.
"Um bom tempo" disse ele pegando de uma estante um sapo grotesco que
estava junto com outras quinquilharias. O sapo parecia feito de
alguma substância similar a jade – pedra sabão, imaginei. Gostei
somente como curiosidade. Peguei-o da mão do atendente que ao
entregar-me o objeto segurou minha mão. Senti sua mão forte, quente
e macia. Senti que pressionava a minha mão puxando-me contra si,
contra seu corpo. Senti-me, outra vez, como que hipnotizado. "Que
coisa incomum... como essa pessoa tem esse poder de atrair-me tanto
tal qual um imã" pensei cedendo a sua vontade.
"Quanto custa?" Perguntei.
"Cinqüenta cruzeiros" Suspirou o homem olhando em meus olhos. Algo
estranho no brilho daqueles olhos...
"Só isso? Vou levar então. Não se incomode em embrulhar".Disse isso
e coloquei o sapo no bolso do meu sobretudo.
Devolveu-me o troco, outra vez olhando diretamente em meus olhos.
Dirigi-me a ele, como que comandado, sem poder recusar. Cheguei o
mais rente a ele quando então me envelopou com seus braços fortes e
senti um calor intenso emanado de seu corpo. "Não há mais ninguém
aqui. Somente nós dois" disse ele e em seguida curvou-se procurando
meus lábios me beijando demoradamente. Que beijo! Sentia-me como num
sonho que por mais real que parecesse, sentia-me num sonho. Cheguei
a duvidar se estava realmente acordado. Ele foi colando seu corpo ao
meu até o ponto de sentir que estava excitado, dadas às proporções
que seu membro tomou dentro da calça larga de tergal. Vagarosamente
tirou meu sobretudo, e me despiu. Beijava-me o pescoço, a nuca,
descia aos meus mamilos. Mordia meus mamilos, mas não sentia dor, só
prazer, fisgadas que faziam arrepiar todo o corpo, comecei a sentir
uma sensação de prazer intenso, como se ele estivesse entrando em
meu corpo, me possuindo tal como um espírito, mas ao mesmo tempo
acariciava-me com sua mão grande e macia. Conduziu-me ao sofá e
deitou-me, despido. Lambeu meus peitos fazendo uma trilha com a
língua até meu pau quando começou a exercitar sua boca quente e
molhada engolindo todo meu pau, às vezes tentando engolir junto o
meu saco. Erguia minhas pernas e separava minhas nádegas com a
língua forte e saliente.
Segurava seu pau por cima de sua calça. Abri os botões e saltou para
fora. Era lindo, grosso, branco, reto, veias saltadas faziam um
relevo. A glande grande e vermelha estava quente como brasa.
Abocanhei aquele belíssimo nervo rijo e pulsante que mal cabia em
minha boca. Ele escapava e o homem esfregava-o em meu rosto e em
meus lábios como se fora um batom carmim imenso. Depois de esfregá-
lo por inúmeras vezes em meu rosto e em meu corpo chupei-o
demoradamente com os movimentos de vai e vem, ele metia até quase
chegar em minha garganta. Tive a impressão de flutuar e então me
virei de costas. O homem mordia minha bunda, arreganhava meu cu com
os dedos e metia a língua. Língua grossa e forte. Ele metia a língua
com força como se estivesse me penetrando, sentia prazer como se
fosse um bom cacete em meu rabo. Contorcia a língua de tal maneira,
dentro do meu cu que me proporcionava um prazer jamais sentido.
Senti que seu pau deslizava em meu rego separando as duas bandas com
seu pau vigoroso e duro, ficou algum tempo brincando na entrada do
meu anelzinho, de vez em quando metia a cabeçona e tirava, metia e
tirava. Eu já estava quase implorando para ele meter tudo quando me
senti tomado por aquela tora deslizando por toda minha entranha. Sem
cerimônia comprimia meu cu para segurá-lo lá dentro, quanto mais
comprimia mais ele gostava e forçava a entrada com mais volúpia. Em
alguns momentos tirava todo o cacete para fora e depois metia outra
vez fazendo eu sentir o cumprimento que devia ser de uns vinte
centímetros ou mais. Sentia-me totalmente preenchido com aquele
volume todo tomando os espaços do meu esfíncter, aquele volume
carnudo, quente e viscoso. Fazia movimentos frenéticos de vai e vem,
socando tudo, até eu sentir seus imensos testículos baterem em minha
bunda. Sentia meu cu alargar-se em cada estocada, mas não sentia
dor. Só prazer. Quase dava para ouvir a pulsação de seu cacete em
meu cu que pulsava coordenadamente com minha respiração ofegante.
Colocou-me de quatro e metia seu cacete e encostava seu peito peludo
em minhas costas, erguia minha bunda para aproveitar toda a extensão
de seu pau, com a mão eu alisava seu saco, nos momentos em que
batiam em minha bunda. Em um momento ele parou, e senti seu pau
crescer mais ainda em meu cu, momento em que me senti inundado como
um clister de leite quente e grosso jorrando e inundando minhas
entranhas. Que delicia. Neste momento não resisti e gozei, sem me
importar em sujar o belíssimo sofá em que estava. Após uns segundos
ele tirou seu pau deslizando como uma cobra de dentro de um túnel e
dirigiu-se para dentro na escuridão da lojinha. Vesti-me, e me
recompus. Esperei ainda alguns momentos, chamei o moço, e nada de
resposta. Meio atordoado ganhei a rua e ao olhar para trás percebi
aqueles dois grandes olhos espreitando-
pela luz fraca das velas.
De forma alguma fui capaz de dormir bem aquela noite. Não tinha como
me esquecer de tanto gozo e excitação. Fique muito perturbado com
aquele senhor de meia idade, lembrei-me que não trocamos palavras
durante toda a foda. Mesmo depois de dormir meus sonhos estavam
cheios daquele homem.
Pela manhã, no café, meu amigo e vizinho de quarto subiu para
esperar-me enquanto me vestia para sairmos junto. Meu amigo,
Juliano, trabalhava no Museu de Arte Antiga, fazia perícia em
objetos de arte. Estava no banheiro terminando de dar o nó na
gravata quando ouvi a voz dele bradar "Minha nossa, Alex! Alex!".
"Sim?" Respondi."".
Segurando o sapo que eu comprara na lojinha da esquina
perguntou; "Onde você encontrou isso?".
Contei toda história, claro que omitindo a parte referente a
sexo. "50 Cruzeiros? Você ta louco? Só pode estar enganado..., isso
se trata de uma peça de jade da Dinastia Hsia. É praticamente uma
peça única. Deve valer, por baixo, uns vinte mil dólares americanos".
"Você quer dizer que esse sapo esdrúxulo vale tanto assim?".
"Vale tanto?" Repetiu ele. "Olhe deixe esse assunto comigo. Vou
levar ao museu para que seja feita uma avaliação precisa e proposta
de venda, penso que o vendo imediatamente. Amanhã mesmo você terá o
resultado e caso seja vendido, terá o cheque também".
Concordei. O Juliano embrulhou o sapo em um pano de algodão e saiu
sem esperar por mim.
No dia seguinte, Juliano mandou um mensageiro com um envelope que
continha um cheque de empresa Hersey"s & Bloombaumer, com o valor
correspondente em dólares americanos de 22 mil, acompanhavam também,
o recibo, recibos de comissões etc.etc. Tudo correspondente à venda
de um sapo em Jade da Dinastia Hsia. Fiquei completamente atônito,
até ontem minha conta estava quase no vermelho. Esse dinheiro seria
minha salvação e meu futuro.
Obviamente eu não iria tomar vantagem disso tudo. Não podia
simplesmente aceitar como presente do destino. Comprei esse tesouro
por apenas Cr$50,00. O moço da loja certamente enganou-se ou não
sabia o que estava entregando-me por um valor tão ínfimo. Claramente
minha consciência mandava que eu desse metade do valor a meus
benfeitores.
Depositei o cheque em minha conta e fiz um cheque correspondente a
metade do valor que recebi. Dirigi-me a Lojinha da Esquina, mas
percebi que chegaria atrasado, outra vez a encontraria fechada. Já
era tarde, mais ou menos 18.15, mesmo assim fui ao Estácio para
entregar o cheque às irmãs e contar do equívoco do empregado delas.
Outra vez, a tabuleta "FECHADO", mas a porta abriu-se e o Senhor, o
Atendente, ou o que seja, nesse momento abriu a porta e disse "Algo
que eu possa mostrá-lo essa noite, meu rapaz?".
Outra vez me inebriei com aquela voz vinda de uma figura tão
radiante. Inevitavelmente e instintivamente entrei na lojinha.
"Eu vim para um assunto com as proprietárias acerca de um objeto que
você me vendeu outro dia".Balbuciei encarando os olhos de um azul
profundo, do meu interlocutor. "Você poderia dizer a elas que
retorno no Sábado, pela manhã, para pagar o preço justo pelo
objeto?".
Conforme falei, o homem abriu-se num sorriso maravilhoso. Abraçou-me
e aproximou-se de mim. Senti seu hálito quente e sua boca colar na
minha soltando a língua num beijo guloso. Suas mãos procuravam meu
corpo e eu, extasiado, outra vez, senti-me subjugado frente à
excitação produzida por aquela figura maravilhosa, causando-me a
sensação de prazer e bem -estar. Senti seu membro crescer na calça
pressionado a minha cintura. Virou-me de costa e mordiscava minha
nuca, metia a ponta da língua explorando meu ouvido, meu pescoço e
minha nuca. Seu pau já bem duro pressionava em minha bunda
esfregando-o e ele solto em suas calças produzia movimentos
desordenados. Coloquei minha mão para trás para poder senti-lo
grande e pulsante, alisava-o sentindo o contorno da cabeçona já em
chamas. Não resisti e ali mesmo abri seus botões da calça e cai de
boca para saciar minha saudade daquele caralho, quente, duro e ao
mesmo tempo macio. Mantinha a rola suculenta em minha boca sem
forçar muito para não engasgar segurando o saco avantajado pendurado
para revezar em minha boca quente e úmida. Aos poucos fui levantando-
me e com a língua molhada lambi seu corpo até chegar aos mamilos e
mamar um por vez, sentia o homem gemer. Ele desabotoou meu cinto e
minha calça, fazendo-a cair no chão me colocou com os braços apoiado
num dos móveis menores arreganhou minha bunda e com a boca injetou
saliva em meu cu num preparatório alucinado para receber aquela rola
outra vez. Ele explorou meu anelzinho com sua vara ergueu e firmou
minha bunda e mandou a rolona para dentro, virou-me de frente eu
entrelacei minhas pernas em sua cintura e ele me ergueu no ar
segurando meus ombros e movimentando-
socava deliciosamente no meu rabo batendo as bolas em minha bunda.
Cada estocada parecia que seu pau atingia meu estômago, sentia a
massagem em meu esfíncter, sentia meu cu dilatar, sentia um prazer
enorme em tudo isso. Encostou-me no braço do sofá e pressionou
minhas pernas para baixo e socava alucinadamente a rolona e gemia,
socava com mais força e mordia meus peitos, beijava-me de forma tão
forte como se fosse a última coisa que estivesse fazendo no mundo.
Explodi em gozo sem tocar em meu pau e senti seu pau arrebentando
jatos de porra dentro do meu cu, inundando meu rabo outra vez. Ficou
um pouco assim, com a rola pulsando e descansando em mim, senti mais
vontade e quase tive outro gozo quando ele retirou aquele caralho do
meu cú. Estava cansado. Outra vez ele retirou-se desaparecendo e eu
me refiz e sai da lojinha em direção a minha casa.
Num impulso de excitação e saudade, retornei outras vezes a lojinha,
mais dois dias. Meu descontentamento: Estava realmente trancada.
No Sábado seguinte, pela manhã, cheguei na lojinha de Antiguidades,
encontrei as irmãs atendendo, e uma outra aura na loja, como se o
ambiente tivesse sido remodelado e voltado ao que era antes quando
estive lá pela primeira vez. As irmãs, ao me ver, reconhecendo-
alegremente perguntaram: "Olá, vai levar alguma coisa hoje?".
Contei para elas o ocorrido com a compra do sapo de jade com o moço
que cuida da loja à noite, que paguei apenas Cr$ 50,00 e depois
descobri o verdadeiro valor, através de perícia etc. etc... "Sapo
de pedra? Nunca tivemos esse objeto aqui" Foi o Sr. Amador que
provavelmente o atendeu, mas garanto que nunca tivemos tal objeto em
nossa loja." Indiquei a prateleira de onde o Sr. Amador (agora sabia
o seu nome) tinha retirado o sapo de jade Dinastia Hsia. Mesmo assim
elas mantiveram a afirmação que nunca tal objeto fez parte do acervo
da loja ". O curioso é que o Seu Amador vem somente para cuidar da
loja até que o segurança chegue. Às vezes pedimos a ele para chegar
um pouco mais cedo quando precisamos sair mais cedo. Geralmente ele
não vende nada, e quando aparece algum comprador ele pede para
voltar outra hora, quando estamos aqui, mas sem problemas. Deve ter
ocorrido algum engano de sua parte..."
"Engano algum" disse eu entregando o cheque com a metade do valor
apurado na perícia.
"Não podemos aceitar... Primeiro porque estou segura que não
tínhamos tal objeto, segundo porque não precisamos do dinheiro.
Segundo, herdei uma boa fortuna nos deixou bem. Na verdade temos
essa lojinha mais por ter uma ocupação..."
"Então façamos o seguinte, disse eu de maneira firme: "Fique com o
cheque e saque o dinheiro e doe para uma casa de caridade de sua
preferência..
"Está bem, já que o Senhor insiste e não me deixa outra alternativa,
aceito" Nesse momento chegou um mensageiro com um bilhete que ao ler
a moça ficou transfigurada. "Meu Deus! Meu Deus! Minha Nossa
Senhora do Perpétuo Socorro!" Eu e a outra irmã chegamos mais perto
e ela nos olhou e balbuciou: "O Sr. Amador, coitado! Faleceu essa
madrugada, ataque fulminante do coração".
As lembranças excitantes que eu tinha do Sr. Amador, e a história do
sapo de Jade fez com que várias vezes eu voltasse à lojinha da
esquina para conversar com as irmãs, nos tornamos amigáveis. Numa
dessas visitas estava chegando na loja e a irmã mais nova estava
saindo e na porta me disse: "Desculpe, estou indo fazer umas
comprinhas com o papai"
Entrei e Margarete convidou-me para um café na sala interna
colocando a tabuleta "FECHADO" Enquanto preparava o café folheei um
álbum de fotografias, e me deparei com uma fotografia do Sr. Amador,
com aqueles olhos impressionantes. "Que esplêndida fotografia do Sr.
Amador!" Disse eu.
"Foto do Sr. Amador? Não sabia que tinha uma fotografia dele nesse
álbum. Deixe me ver" Mostrei a ela e ela replicou "Devia estar mesmo
escuro o dia que você viu o Sr. Amador. Esse não é ele. Esse é meu
pai".
"Seu pai?" Disse em voz trêmula.
"Sim, meu pai. Solteirão convicto. Construiu uma pequena fortuna,
deixando tudo para mim e para minha irmã. Depois que se tornou
religioso, passou a corrigir sua vida numa tentativa desesperada de
apagar o terceiro pecado."
"Terceiro pecado? Que quer dizer isso?" Perguntei aflito.
Ela começou o relato: "Titio construiu sua fortuna por ter
encontrado a oportunidade de comprar objetos a preços infimamente
inferiores ao valor verdadeiro, como sua história com o sapo. Por
três vezes isso ocorreu com ele. Quando já estava muito bem de vida,
começou a ficar deprimido com o fato de não ter sido honesto com as
três pessoas das quais dia ele, surrupiara os objetos, revendendo-os
por preços incrivelmente superiores.. Procurou ajuda religiosa e
foi aconselhado a reparar o erro fazendo o mesmo com três pessoas
diferentes, mas para que o pecado fosse eliminado as pessoas teriam
que ter a consciência de reparar o erro, assim ocorreu com duas
pessoas e ficou faltando uma terceira. Titio sempre foi uma pessoa
solitária, não casou-se . Era um pouco misterioso quando tratava dos
assuntos de relacionamento, casamento ou coisa assim. Mas sempre foi
uma pessoa bondosa e sempre a busca de reparar seu erro."
Fiquei imaginado porque o pai delas se passaria pelo Sr. Amador,
porque me presenteou com o sapo de jade? Quanto ao sexo, tudo bem,
gostava disso... talvez tenha sentido uma atração muito forte por
mim. Mas porque fazer tudo isso em segredo?
Tinha certeza que a pessoa da foto era a pessoa com quem estive, não
cabia qualquer dúvida. Perguntei a Margarete: "Posso encontrar-me
com seu pai aqui na loja?"
"Não, oh não, infelizmente. Meu pai faleceu já faz dezoito anos...."
"Como assim? Sua irmã ainda pouco saiu dizendo que iria encontrar se
com o papai!"
"Certo, é que depois que papai faleceu, minha mãe voltou a casar-se.
Andréia é só minha meio-irmã"
"Fixei bem o olhar naquela fotografia, era ele mesmo, o pai
falecido, aquele olhar inconfundível"
Com a metade do dinheiro da venda do sapo de jade construí minha
fortuna, nunca mais revivi aqueles momentos com o fantasma da
Lojinha da Esquina. Ainda me arrepio em pensar nisso, mas não sinto
medo ou pesar, sinto que vivi momentos deliciosos nunca repetidos.
No comments:
Post a Comment